segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Um excelente álbum

Direto do blog Jazz e Rock

Dave Brubeck é um dos grandes nomes do jazz. A música sempre esteve presente em sua vida, principalmente por ser de uma família musical, isso fez com que Dave começasse muito cedo no piano - aos 4 anos - aprendendo com sua mãe, e depois aos 9 anos já se empenhava no violoncelo. Apesar disso, Dave não era muito aplicado em aprender métodos, sua vontade era apenas compor suas músicas e toca-las, talvez por isso nunca aprendeu a ler partituras. Mais tarde, já na faculdade, Dave quase foi expulso do curso, após um professor descobrir que ele não sabia ler partituras, a sorte foi que os outros professores o defenderam apontando seu talento em contraponto e harmonia, porém o mais surpreendente foi que a faculdade temia que isso pudesse causar um escândalo e propôs que Dave só receberia o diploma se ele concordasse a nunca dar aulas de piano. Dave também estudou com o compositor francês Darius Milhaud. Em 1951 o pianista criou o seu quarteto, que nos primeiros anos teve algumas mudanças de bateristas e baixistas. Mais foi entre os anos de 1958-1967 e com a seguinte formação, Dave Brubeck (piano), Eugene Wright (baixo), Paul Desmond (saxofone) e Joe Morello (bateria) que o quarteto lançou dois álbuns clássicos.




Em 1959 o quarteto gravou “Time Out”, um dos álbuns mais revolucionários do jazz. Nesse álbum, o quarteto literalmente brincou com o tempo das músicas, prova disso é a clássica “Take Five”, tocada em 5/4. Porém Dave Brubeck Quartet, não parou por ai e dois anos depois lançou “Time Further Out” (1961), um álbum que continuou o excelente trabalho do anterior, porém uma forma ainda mais inovadora. Destaque para “Bluette”, uma música com um ar sombrio, melódica e com um toque sutil e cadenciado que acompanha o saxofonista Paul Desmont e Dave Brubeck. “Far More Drums” é tocada em 4/5 e o baterista Joe Morello literalmente rouba a cena, em uma apresentação impecável. “Unsquare Dance” começa e termina acompanhada pelas palmas, enquanto o baixista Eugene Wright executa grooves perfeitos. Em “Bru's Boogie Woogie” o quarteto embala um jazz swing e Dave Brubeck simplesmente arrasa no piano. “Blue Shadows In The Street” é uma balada bem cadenciada. O álbum ainda traz duas faixas bônus, “Slow And Easy” e “It's A Raggy Waltz” na versão ao vivo tocada no Carnegie Hall. Uma curiosidade em relação à capa do álbum, ela que na verdade é um quadro do pintor Joan Miró e que seria usada no álbum “Time Out”, mais por falta de tempo para cuidar da parte legal para usar a imagem, Dave Brubeck foi pessoalmente até o pintor pedir autorização e assim utilizou no álbum “Time Further Out”.
“Time Further Out” é daqueles álbuns que deve ser apreciado com calma, para que nada passe despercebido, a principio parece estranho devido a variações de tempo, digo isso por que senti isso, mais depois acabei me acostumando e vendo toda a genialidade do Dave Brubeck Quartet atrás disso.

Arquivo do blog